sexta-feira, 11 de março de 2016

*Indignação?

Pensei em escrever um protesto!!! Com tantos acontecimentos que detesto, dá vontade de gritar para desabafar, mas meu manifesto é através do meu trabalho de cada dia, através do contato diário com diferentes tipos de pessoas que lutam por uma vida digna, feliz e livre.
E, pensando um pouco mais, sinto e percebo que mudanças estão chegando. Processos, investigações, denúncias, indignações. Somos pessoas do Brasil, esse Brasil guerreiro que canta, trabalha e sorri. Muitos devem pensar... Que país desordenado! Eu entendo. Estamos fazendo a faxina, levantando a poeira para jogar fora o que não serve.
Sim!!! Precisamos de educação, acabar com a corrupção, alimentação digna para todos os brasileiros, políticas sociais verdadeiras e bem intencionadas... Precisamos de muito, porém eu tenho uma estranha mania de ver o lado positivo do progresso.
Somos um povo composto por vários etnias; Afros, Índios, europeus... Um povo genuinamente mestiço. Misturado, bagunçado e enrolado em diversas culturas... Isso é divino!
Um povo rico em alegria e resiliência. Um povo emotivo, que chora, ri, ajuda a um irmão sem pensar nos dias que virão. Somos esperançosos e não preguiçosos ou descansados como a mídia costuma dizer.
Mulheres e homens de bem, madrugam para ir ao trabalho, crianças brincam nas creches enquanto os verdadeiros brasileiros se ocupam em suas diversas funções. Médico, dentista, enfermeiros... Profissionais liberais, recepcionistas... Professor, veterinário, empresário... Donas de casa, secretárias do lar... e muitas outras funções. Pessoas ativas, com bom caráter e honestas. E não preguiçosos ou desinteressados com o seu país. Na verdade, esses profissionais são os grandes responsáveis pelo movimento de funcionamento do Brasil. Esse Brasil que não perde a mania de ter fé na vida.
País de múltiplas crenças; católico, judeu, umbandista, protestantes, pais e filhos de santo, budistas... Todos comungam o mesmo objetivo.
Paz na vida...
força, trabalho,
saúde e justiça.
Namastê!!!
Axé!
Amém!
Somos todos filhos de Deus ou deuses e santos, irmãos por humanidade e pela indigência que existe em cada ser humano. Falhos por conta de nossa ignorância, cegos por não enxergar a luz...
Novos em civilização...
Pátria amada,
Brasil!!!

Vanessa Ribeiro
Professora, filósofa clínica, professora de teatro, dançarina...*

sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Decidi*

Decidi!!!! Está feito! Vou mudar...
Eu quero mudar tudo de lugar;
Trocar a disposição de alguns móveis, cadeiras, camas, penteadeira e até o meu sofá.
Reorganizar!
Ir em busca, um novo lugar, dentro ou fora...
Algumas coisas vou reciclar, outras doar, outras... ainda não sei bem onde vão ficar.
Quero mudar de paisagem, respirar novo ar, dentro e fora da casa, pois agora aprendi a caminhar.
Só falta agora a coragem de levantar-me do meu conforto existencial e ir em busca do novo, daquilo que vim fazer aqui. 
A liberdade interna se expande a cada dia e então começo a refletir o lugar onde quero estar, o cheiro das coisas, a tonalidade dos sentimentos, a umidade do ar.
Quero mostrar para mim mesma a poeira escondida nos cantinhos do meu caminho, bagunçar, desarrumar para poder limpar. Já sei como sou, não tenho mais medo da solidão, nem de "bicho papão", quero o lugar desconhecido, as paredes incertas, as portas entreabertas, o amanhecer sem rumo, sem destino...
Hoje quero tudo isso e espero com serenidade e paz, a maturidade está fazendo com que eu percorra muitos caminhos tranquilos, nunca mais fiquei estagnada, a gente aprende que o movimento transforma algo em alguma coisa, não importa muito a coisa, o importante é a transformação.
Agora consigo respirar, saber o que quero e o que não quero.
Entrego minha vida ao fluir do existir, o destino regado de sabedoria me conduzirá ao meu melhor lugar, desisti de controlar. Agora eu quero aprender, mais, mais e tantas vezes mais eu precisar.
E o vento amigo que balança meus cabelos me conduzirá para que lado da estrada devo caminhar, não importa se for de trem, carro, carroça, ou bicicleta, ou simplesmente andando devagar, sei que respirando e seguindo em frente chegarei no meu destino.
Isso é liberdade.
Isso é vida.
Isso é o que minha alma anseia!!!

*Vanessa S. R
Professora de filosofia, filósofa clínica, dançarina, atriz...   



terça-feira, 5 de janeiro de 2016

Há tempos que não olho mais para trás...*

Há tempos que não olho mais para trás, não por querer fugir ou não querer enxergar o que foi vivido, mas por ter consciência que o amanhã não existe mais. Hoje sou assim, serena, confiante, amante da vida com todas as suas imperfeições. Talvez essa seja realmente a beleza da maturidade. Viver o hoje! O agora!
Entretanto, se for preciso curar alguma ferida ou reavaliar uma atitude que me inquieta, abro uma licença poética para fitar o passado. Só nesse caso. Não sou muito saudosista, nem gosto de ficar remoendo o que passou, gosto de abrir o peito para o novo, o por vir... Tenho a esperança como um leme para meu viver, aliás o que seria dessa mulher que vos fala se não fosse a esperança?
Sinto o cheiro da noite fresca da minha cidade natal, o silêncio de poucos carros que passam pela rua lá fora, o barulho dos meus pensamentos, a maciez do meu anoitecer. Ah!!! Como gosto da noite.
Secreta. Sincera. Amiga de sempre, companheira no momento de solidão. Como é bom viver e criar durante a noite.
A noite é misteriosa e sempre guarda um amanhã cheio de surpresas, agradáveis ou nem tão agradáveis. Qual será o próximo desafio que o dia apresentará?
Esse enigma me encanta.
Sinto vontade de chorar, não de tristeza, e sim de gratidão por estar tão lúcida diante de meus sentimentos e sensações. Vejo as pessoas ao redor em constante discussão, numa tentativa voraz de tentar encontrar alguma solução. Como somos crianças no campo da evolução!!!
A busca é minha paixão dominante, assim como de inúmeras outras pessoas com singularidades de intersecção positiva com a minha. Cerco-me de confidentes amigos-irmãos, amores sinceros e singelos, pessoas que me dirão verdades ou mentiras sinceras para não ferir meu coração. Construo um mundo particular paralelo ao mundo crise, violência e injustiças mil. Talvez seja julgada por alienada, contudo, não me importo mais, quero paz. Talvez os que me julgam assim, não consigam enxergar a vida como um todo, um uno.
Acredito na vibração da não-violência, no calar na hora certa, na intuição da minha alma. Eu também quero um mundo melhor, com direitos e deveres iguais, entretanto eu já entendi que para contribuir com essa mudança preciso mudar o que não serve mais no meu mundo particular. Se eu cuidar de mim e de minhas virtudes, regando, refletindo a cada dia no que posso fazer para me aperfeiçoar, estarei fazendo tudo o que me cabe e contagiando com minhas atitudes os corredores por onde passar. Prefiro atos verdadeiros, ainda que desalinhados, buscando amadurecer.
Trabalhar os sentimentos se tornou minha mais linda obsessão!!! Gosto de perceber o quão humana sou e estou, na caminhada dessa existência sem destino traçado. O livre arbítrio nos obriga a escolher nossos caminhos o tempo todo. Sartre não estava enganado!!! Isso me deixa leve, saber que sou autora da minha história e de minhas escolhas. Aprendo muito, principalmente com as escolhas desmedidas e inconsequentes, já me aceito mais. Essa minha condição, igual a de todos os seres racionais, errantes e caminhantes me seduz mais e mais... E, eu aprendo... Quebrando a cabeça, por vezes o coração, tropeçando no escuro, como qualquer irmão.
Erguida aqui estou para continuar com minhas inúmeras provocações e inquietudes que quase não cabem em mim. Transbordo-me em palavras, na dança, nas minhas aulas, nas minhas relações, nas gargalhadas e nas lágrimas teimosas. E, assim, vou descobrindo um pouco mais dessa, insana doce vida, que se apresenta para essa mulher que amadurece a cada dia mais... e... mais.

Vanessa S.R
Professora de filosofia, atriz, dançarina, professora particular e dona do seu caminho*

quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

Que em 2016 haja mais delicadeza...*

31 de dezembro de 2015! Como dizem os contadores do tempo, último dia do ano, portanto, amanhã será um grande dia: 01 de janeiro de 2016! Primeiro dia do ano de 2016...
Eu gosto desse rito de passagem, escolher uma bela roupa, esperar a contagem regressiva, imaginar como foi meu 2015, que por sinal foi um ano com muitos desafios. Ufa! Venci. E esperar dias melhores e com mais delicadeza em 2016. É, entre tantos desejos que tenho para 2016, o que mais me toca nesse momento, é a delicadeza!!!
A delicadeza me agrada;
O toque delicado, palavras delicadas, abraços delicados...
Sinto uma profunda necessidade de delicadeza entre as pessoas. Relações delicadas me agradam. Vida delicada me agrada. Conversas delicadas são necessárias, pois viver é muito delicado.
Talvez haja em mim muita delicadeza reprimida por diversas situações difíceis que a vida apresenta para cada um em suas curvas fechadas. Pelo excesso de compromisso do dia a dia... Como acumulamos afazeres! Ufa! Estou de férias e ainda assim, por vezes sinto que estou atarefada. Como temos dificuldades em simplesmente viver...
Isso!!!
O andar delicado me agrada, o cheiro delicado. As pessoas delicadas despertam o melhor que há em mim, porque a delicadeza acalma, alimenta e conforta a inquietação de uma alma existencialista.
Talvez seja a delicadeza o ingrediente que complemente o amor trazendo paz e harmonia aos corações sequiosos de acolhimento.
E, a delicadeza faz da existência um lugar melhor.
A delicadeza realmente me encanta!!!
Já que o momento é de passagem, eu só peço um pouco mais de delicadeza para lidar com o semelhante-singular, para entender o silêncio do outro, para usar as palavras corretas, para viver em paz, num mundo onde precisamos de paz para seguir caminhantes pelos becos da existência.
Que todos sejam tocados pela delicadeza das flores e pela delicadeza do Belo.
Que a vida se apresente com mais delicadeza para uma maior ordem e harmonia, e, se mesmo assim a rudeza atravessar meu caminho, que eu tenha a calma e a delicadeza de recebê-la!!!!
Que venha 2016 repleto de delicadezas para mim e para você.

*Vanessa S R
Professora de filosofia, filósofa clínica, atriz, dançarina e sonhadora.      

segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

* Conhecereis a verdade...

 Conhecereis a verdade...

Disse Jesus: - Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará. E eu digo: - Conhecereis a verdade e o mito da sua existência se revelará e muito do que você sustentava como sua historicidade morrerá.
2015!!! Ano de muitas provações em minha vida, dores existenciais, limpezas emocionais, perda de uma amiga querida e depois perda de uma colega de faculdade.
Oh! Existir... Quão doloroso para uma alma sequiosa de respostas, questionadora constante, buscadora da verdade.
E, de tanto buscar... A verdade começa a se revelar de forma nua e sem nenhum pudor, avassaladora, sem dó ou delicadeza.
Mesmo assim, por maior que sejam as decepções e as idealizações, prefiro a verdade. E concordo com o mestre amado de que é a única verdadeira forma de libertação.
A ingenuidade da menina-moça-mulher cai por terra e surge uma mulher mais madura e mais questionadora. O meu castelo encantado desmoronou, descobri de forma dura e nada poética que o ser humano é demasiadamente humano, assim como eu. A Alice acordou!!! Sonhar é muito bom mas é preciso de concretude e alicerce para não cair num precipício sem fundo, nisso o ser amado me amparou e minha terapia me orientou.
Joguei minha bússola fora, sigo minha intuição, busco orientação com as estrelas e com o silêncio do momento presente. A lua faz meu mundo existencial mais coerente e mais harmônico com minha feminilidade. A dança foi uma das minhas salvações para tantas dores e rachaduras mentais. O trabalho, um grande aliado para manter minha mente mais razão, menos emoção, embora eu transborde sensibilidade, aprendi e aprendo a cada dia que é preciso canalizá-la no momento certo. As lágrimas foram minhas grandes aliadas para que meus sorrisos continuassem verdadeiros, solares. O amor daqueles que me querem bem me salvou das amarras da morte de mim.
Descobri o quão importante é não temer viver o luto, faz parte do processo de digestão emocional. Aprendi que a vida é cheia de surpresas e que o agora é nossa única certeza! Não, não me arrependo de nada. Parafraseando Edith Piaf!!!
Superei monstros e naveguei pela escuridão dos mares da vida, através da verdade pude entender mais minha singularidade, não que já tenha entendido tudo, isso ainda levará um bom longo tempo de conversas sinceras, busca interna e sessões de terapia.
Bem, o fato é que sobrevivi, andei sumida daqui, e, de vários outros lugares. Entretanto, sinto-me muito mais forte do que antes dessa tempestade interna.
É preciso coragem para esmiuçar sua historicidade, encontram-se monstros e belas fadas. Nunca podemos esquecer da dualidade constante que faz parte da natureza humana. A fé me faz continuar e razão me estimula a conhecer mais e mais...
Que venha um 2016 com paz, luz, saúde, harmonia, prosperidade e acima de tudo com VERDADE. É a única forma que minha singularidade se liberta.



*Para a amada amiga Lee Moreira de Carvalho, deixo meu agradecimento por tê-la conhecido e aprendido a ser mais forte. Nossas conversas do "mensager" não consegui apagá-las, pois foram conversas com confissões e com muito querer bem de uma com a outra!!! Sempre te amarei e te guardarei em meu coração.
*Para Denise Neto, professora de filosofia, que foi uma colega de faculdade e se foi tão cedo, deixo meu carinho e gratidão por ter sido tão amada por seus alunos e por mostrar que a filosofia pode ser uma grande aliada. Obrigada por ter enriquecido nossa profissão!

O momento de luto está acabando e o sol voltará a brilhar no meu coração.

Vanessa S.R*
Professora de filosofia, atriz, dançarina e professora particular.        









quinta-feira, 24 de setembro de 2015

*As aparências enganam?

Ando caminhando pelas ruas fingindo sorrisos para disfarçar lágrimas que molham meu olhar. Finjo que tudo vai bem e que meu coração está em contentamento, mas será? Será que existe uma fórmula para saber o que realmente passa nos corações sequiosos de paz, luz, silêncio...
E, eu, que sempre fui tão barulhenta, que tenho a gargalhada solta, tenho preferido recolhimento e silêncio. Até um simples cumprimento me deixa irritada. Ah! Se eu pudesse fazer voto de silêncio por uma semana? Como seria agradável não responder: - tudo bem. Coisa mais desagradável é quando você está no auge do mau humor e chega um simpático indivíduo e te pergunta se está tudo bem. A vontade que tenho nesses momentos é de gritar bem alto para assustar a criatura, mas, como? O que pensariam da bela moça com esses modos histéricos no meio da rua? E, as línguas maldosas!!!
Estou farta de representar o papel da boazinha e educada para agradar algumas pessoinhas... Que tédio ter que responder ou dizer todo dia: "Bom Dia!!!"
E, na minha caminhada solitária continuo tentando encontrar colorido ou algo para preencher o vazio que transborda em lágrimas nas minhas noites insones. Sinto como se meu punhal cigano estivesse fincado no centro do meu peito e que a dor do sangue derramado nunca terá fim.
E, mais uma vez, lá vem "o senso comum": "Você brigou com alguém?" " Por que está triste se o dia está tão bonito?" " Aconteceu alguma coisa?"
" Não chore"... blá, blá blá...
Odeio perguntas!!! Odeio justificativas óbvias. Por que a vida teria que ter tanta obviedade. Quanta falta de criatividade!!! Af, ando muito cansada de explicar muitas coisas, de tentar minimizar a ignorância alheia em relação ao meu sentir. Quero paz pra sentir o que quiser. Quero paz para sentir raiva, paz para sentir culpa, paz para sentir tristeza.
Na verdade eu quero é paz!
Mas a caminhada de cada dia não pode parar, tudo deve estar em perfeita harmonia e ordem e se por ventura escapar uma lágrima, uminha só. Seque e siga engolindo a hipocrisia de cada dia.
E, eu?
Estou bem, obrigada.
Vanessa.
(alguém que sente)*   

sábado, 22 de agosto de 2015

*O inverno da alma...

Percebo a cada dia, um frio que sai de dentro do meu coração, sequioso por sol. O calor aquece a alma dolorida e recupera a caminhada cansativa de cada dia. Estive hibernada em mim durante muito tempo. Precisei entender processos escondidos dentro de um compartimento secreto que só foi possível acessar depois de muita dor e sofrimento.
Não gosto do inverno e confesso que quando sinto que ele está indo para longe trazendo a primavera, meu coração se enche de flores perfumadas de plenitude. Moro na serra de Petrópolis, onde há dias cinza e de nevoeiro. As tardes são úmidas e frias nessa estação temida por quem se encolhe e se esconde debaixo de várias peles para aquecer o corpo e o coração.
Olho pela janela do meu quarto e vejo o céu. Isso me anima. Como o céu de inverno é bonito!!! Quase romântico. A lua sempre exuberante me lembra vida ainda existente em algum lugar perto ou distante de meus pensamentos que caminham em direção ao nada e à melancolia. Volto para dentro do meu mais profundo Ser e sinto vontade de chorar. A sensação de prisão aumenta, quase não consigo respirar de tanta angústia e vazio no centro do meu peito. Sei que é só um momento casulo e que em breve a libertação da beleza da borboleta metamorfoseada em gargalhadas chegará, então, meus olhos úmidos de tanto chorar secarão e voltarei a senti-lo brilhar diante da beleza ensolarada e quase quente da primavera.
Depois das flores se abre em meu caminho a esperança do verão! O calor aquece minha escuridão e quebra minha geleira interior. Tudo parece mais claro no verão. Há uma leveza agradável no vestir livre e descontraído, as peles diminuem e o balanço do meu andar se alarga e acalma meu coração. Expansão! Explosão! Erupção esperada e desejada por longos dias de alma gelada, quase morta, pálida. A cor de saúde começa a aparecer nas ruas e nas peles desbotadas de inverno dos passantes nas calçadas. A vida se engrandece e a minha gratidão se aquece ao sol de um quase verão.
Tudo aquilo que era dramático e apático no inverno recomeça tomando uma forma de vida cheia de esperança. Os pássaros cantam! A natureza se alegra e a vida recomeça para meu existir verdadeiro. Meus poros se abrem para as gotas salgadas do suor merecido depois de uma aula de dança. O banho no corpo desce pelo ralo levando e lavando as tristezas esquecidas no inverno. O amor é mais rico e meu corpo pede troca de mais calor. As gotas de suor dos poros sedentos se misturam ao ser amado e tudo se torna uma alquimia perfeita de muito contentamento...
Começa uma nova fase em minha alma: o verão.
Nessa fase a dor se torna mais suportável. O amanhecer traz um ar de cheiro de café bem forte com torradas e muita manteiga. A vibração de alegria se aproxima da minha existência tentando provar que a vida ainda vale muito, sinto o canto dos anjos e a beleza de um dia cheio de energia. O levantar da cama é muito agradável. Abro a janela e vejo o sol entrar, invadir todo meu corpo, toda minha mente, o pensamento clareai e os sentimentos se acalmam. Ai, como é bom sentir calor até se cansar. Amo essa sensação de moleza no corpo e leveza na alma. Eu nasci para o sol!!!

Vanessa Ribeiro
Professora, dançarina, filósofa e filósofa clínica.*