quinta-feira, 24 de setembro de 2015

*As aparências enganam?

Ando caminhando pelas ruas fingindo sorrisos para disfarçar lágrimas que molham meu olhar. Finjo que tudo vai bem e que meu coração está em contentamento, mas será? Será que existe uma fórmula para saber o que realmente passa nos corações sequiosos de paz, luz, silêncio...
E, eu, que sempre fui tão barulhenta, que tenho a gargalhada solta, tenho preferido recolhimento e silêncio. Até um simples cumprimento me deixa irritada. Ah! Se eu pudesse fazer voto de silêncio por uma semana? Como seria agradável não responder: - tudo bem. Coisa mais desagradável é quando você está no auge do mau humor e chega um simpático indivíduo e te pergunta se está tudo bem. A vontade que tenho nesses momentos é de gritar bem alto para assustar a criatura, mas, como? O que pensariam da bela moça com esses modos histéricos no meio da rua? E, as línguas maldosas!!!
Estou farta de representar o papel da boazinha e educada para agradar algumas pessoinhas... Que tédio ter que responder ou dizer todo dia: "Bom Dia!!!"
E, na minha caminhada solitária continuo tentando encontrar colorido ou algo para preencher o vazio que transborda em lágrimas nas minhas noites insones. Sinto como se meu punhal cigano estivesse fincado no centro do meu peito e que a dor do sangue derramado nunca terá fim.
E, mais uma vez, lá vem "o senso comum": "Você brigou com alguém?" " Por que está triste se o dia está tão bonito?" " Aconteceu alguma coisa?"
" Não chore"... blá, blá blá...
Odeio perguntas!!! Odeio justificativas óbvias. Por que a vida teria que ter tanta obviedade. Quanta falta de criatividade!!! Af, ando muito cansada de explicar muitas coisas, de tentar minimizar a ignorância alheia em relação ao meu sentir. Quero paz pra sentir o que quiser. Quero paz para sentir raiva, paz para sentir culpa, paz para sentir tristeza.
Na verdade eu quero é paz!
Mas a caminhada de cada dia não pode parar, tudo deve estar em perfeita harmonia e ordem e se por ventura escapar uma lágrima, uminha só. Seque e siga engolindo a hipocrisia de cada dia.
E, eu?
Estou bem, obrigada.
Vanessa.
(alguém que sente)*